Fonte: Wikipedia
Diversas espécies do gênero Amaranthus são chamadas de 'caruru' (ou 'bredo', ou 'amaranto') e possuem propriedades semelhantes. Alguns exemplos são:
Amarantuhs viridis L.: caruru de mancha, caruru pequeno, caruru de porco. (foto)
Amaranthus hibridus L.: bredo vermelho, caruru bravo, caruru roxo, chorão, crista de galo.
Amaranthus spinosus L.: bredo, bredo de chifre, bredo de espinho, caruru bravo, caruru de espinho, caruru.
Família: Amaranthaceae
Centros de origem: Algumas espécies são da Europa, outras da América Tropical (trazidas pelos povos europeus, aparentemente se hibridizaram, naturalizaram, e formaram novas espécies).
Plantas eretas, podem chegar a cerca de 1 metro de altura ou mais. Possuem flores muito pequenas, esverdeadas, dispostas nas hastes terminais. Caule é uma haste grossa e um tanto carnosa. Algumas possuem espinhos junto às axilas dos caules e folhas. Outras exibem colorações variadas no caule.
As folhas, flores e sementes, podem ser consumidas em saladas, ao natural, mas também podem ir junto das hastes (caule) em refogados muito deliciosos ou outras receitas. As folhas de diferentes espécies de caruru tem gostos diferentes, algumas mais ou menos amargas que outras. A escritora do blog "Come-se", Neide Rigo, traz mais alguns comentários sobre estas plantinhas, e ainda divide algumas receitas. O blog dela é muito bom, recomendo imensamente. (Come-se: quiche-de-caruru, Come-se: caviar-de-amaranto.)
Outra questão: aparentemente nas idas e vindas destas plantas pelos continentes (não foram poucas), eles acabaram sendo referência de um prato típico baiano, embora ele hoje não seja mais preparado com caruru (Wiki: Caruru prato). Sendo plantas que foram tão utilizadas, porque sumiram da mesa brasileira? Isto é ainda mais intrigante quando se sabe que são plantas altamente nutritivas, ricas em ferro, potássio, cálcio, e vitaminas A, B1, B2 e C. Além, também aumentam a lactação. Alguns de seus efeitos medicinais (abaixo) podem ser sentidos, positivamente, na ingestão comum do caruru como alimento. Repito: por que não comemos mais caruru?
Não é uma resposta, mas algo "negativo" sobre o caruru é que algumas espécies possuem manchas escuras no centro das folhas. Estas manchas são simplesmente marcas genéticas, não oferecem nenhum mal. São uma estratégia da espécie para evitar predação por herbívoros, que associam este tipo de marca a plantas doentes e não adequadas para alimentação (o que é uma suposição inteligente).
Os carurus também são plantas medicinais de uso bastante amplo. As raízes são usadas externamente contra infecções de pele. Raízes e folhas são eficazes no combate à gonorréia, e também são bons como emolientes (cremes para hidratar a pele). Folhas são diuréticas (como o álcool: aumentam o volume de urina) e laxantes. Além disso, como já comentei, qualquer uso de qualquer parte da planta aumenta a lactação. Não é difícil encontrar receitas para estes usos pela internet, mas se alguém preferir maior garantia e tiver algum interesse em particular, eu posso colocar online receitas dos livros de referências. Basta pedir.
Última questão destas plantas. Como outras plantas daninhas, os carurus dão algumas informações sobre o solo em que estão nascendo espontaneamente (indicadoras de qualidade do solo). E aprendemos a identificar o que dizem: que tal solo é fertil, com grande quantidade de matéria orgânica e potássio; e é moderadamente bem sombreado, o que a maior parte das plantas prefere. Características boas para maior parte dos plantios.
“Plantas daninhas do Brasil – terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas”, Harri Lorenzi. 4ª Edição, Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.
“Plantas Medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas”, Harri Lorenzi e F. J. Abreu Matos. 2ª Edição, Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.
AVISO GERAL: Sempre que utilizar plantas comestíveis, certifique-se de colher a planta correta, e que esta esteja saudável e tenha crescido em bom solo. Ou seja: evite plantas próximas à esgoto, lixo, sujeira, etc. Evite plantas com sinais de predação por insetos ou fungos. Eu não recomendo o uso de produtos agroquímicos sobre plantações ou populações selvagens, por qualquer finalidade. Leia atentamente as dicas e recomendações, no mundo biológico todo detalhe é importante.
excelente trabalho
ResponderExcluirTem algum caruru venenoso? Porque tenho dois tipos, um verdinho, outro de talo vermelho e espinhoso (mais amargo).
ResponderExcluirUm abraço e parabéns pelo trabalho!
Michel
As sementes (pretas) do Amaranto Preto (Amaranthus retroflexus) são comestíveis?
ResponderExcluirMichel, desculpe, não tinha visto seu comentário até hoje!
ResponderExcluirEntão, falando assim não dá para saber de que planta você tá se referindo. Mas já digo que vermelho e espinhoso eu não trataria como um caruru.
xxxxxx, pelas minhas fontes (livro de medicinais do Lorenzi), o retroflexus tem as mesmas qualidades do viridis. Em outros locais é tido como sinonímia do hibridus. Indo por estas fontes, não deve existir perigo em consumir as sementes à que você se refere.
Obrigado vou esperimentar caruru no Meu sitio tem
ResponderExcluirToa procura Comidas naturais
Tenho variedades diferente pra colunaria pra vida saldavel abraco
Se vc quizer posso enviar pra vc caruru gostaria de pegar algumas receita com a Neide rigo
ResponderExcluirexiste algum tipo de caruru venenoso?
ResponderExcluirQue eu saiba, não, Thais!
ResponderExcluirEspécies deste grupo são na verdade características em ambientes áridos, alterados ou salinos. Por isso que a Amaranthus sp. consegue invadir os cultivos de soja (nos EUA os monocultores tiveram que abandonar 5 mil hectares de soja transgênica).
ResponderExcluirNo mais, ela é realmente saudável. :)
Olá,
ResponderExcluirCaruru espinhoso também é comestível?
Como lidar com os espinhos?