quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Capuchinha - Trapaeolum majus


Fotos: acervo pessoal. 
Agradecimento ao GeWA - Grupo de estudos Walter Accorsi, 
pelo cultivo tão bem cuidado.

Um delicioso complemento para saladas, seja com suas flores ou suas folhas. E uma planta medicinal de renome, e de grande praticidade (útil como anti-séptica, diurética, e no tratamento de afecções pulmonares ou das vias urinárias). Também usada para proteger outras plantas de herbívoros em hortas.

- Nome científico: Trapaeolum majus L.
- Nomes populares: Capuchinha, capuchinho, mastruço-do-peru, flor-de-sangue, agrião-do-méxico, chagas, chaguinha, nastúrcio, flor-de-chagas, capucine, cinco-chagas, agrião-da-índia.
- Família: Tropaeolaceae
- Região de origem: Américas (montanhas do México e Peru)
- Erva aromática, de ramos carnosos. Chega a 2 metros de comprimento. Folhas de forma semelhante à "discos" (minha interpretação). As flores são solitárias, surgindo em tons amarelados, avermelhados, alaranjados ou mesmo brancas.

A capuchinha é uma das mais deliciosas plantas que já provei, com toda certeza. O gosto lembra o de um agrião ou de uma rúcula forte. Tanto as folhas quanto as flores são comestíveis in natura, ótimas para saladas. O aroma também é muito agradável. Por isso e pela exuberância multicor de suas flores, as capuchinhas são muito utilizadas em paisagismo (coisa que eu não seria capaz de fazer, visto que comeria todas as flores à vista...).

Ela é tão atrativa que mesmo a fauna nativa não deixa de saboreá-la sempre que pode. Em alguns hortos (como o horto de onde tirei esta foto), as capuchinhas são plantadas na entrada, com o objetivo de evitar que calangos ou outros animais comam as demais plantas, já que eles conseguem se satisfazer facilmente comendo destas folhas. Funciona, e mesmo com esta predação a planta vai bem, e nossas saladas não ficam comprometidas. Um exemplo de planta que sabe lidar muito bem com a herbivoria. Os herbívoros agradecem.

Medicinalmente, é utilizada como anti-séptica, ou seja, no tratamento de feridas, evitando infecções. Também é famosa no tratamento de afecções pulmonares, para as quais existe uma infusão simples a base de leite e capuchinhas: mistura-se 2 colheres (sopa) de folhas frescas e amassadas em pilão com 1 xícara (chá) de leite quente. A infusão é tomada ingerindo-se 1 xícara (chá), após ser coada, 2 vezes por dia.

Já o chá feito com água, com uma colher (sopa) de folhas picadas (tanto frescas quanto secas, neste caso), serve como diurético e no tratamento de infecções nas vias urinárias. Mas as propriedades desta planta não param por aqui, sendo referenciada inclusive em uma receita para o fortalecimento do couro cabeludo, estimulando crescimento e prevenindo queda de cabelos. Também é empregada no tratamento de escorbuto. Os exemplos não parariam. Quem se interessar por mais informações, basta pedir. Só não deixem de provar esta iguaria se tiverem a oportunidade.

Referência:

Plantas Medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas”, Harri Lorenzi e F. J. Abreu Matos. 2ª Edição, Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

AVISOS GERAIS: Sempre que utilizar plantas comestíveis ou medicinais, certifique-se de colher a planta correta, e que a planta esteja saudável e tenha crescido em bom solo. Ou seja: evite plantas próximas a esgotos, lixo, sujeira, etc. Evite plantas com sinais de muitos ataques por insetos ou fungos. Não recomendo o uso de produtos agroquímicos sobre qualquer planta, sejam plantações ou populações selvagens, para qualquer finalidade. Para plantas medicinais comerciais, o uso de agrotóxicos é proibido. Leia atentamente as dicas, recomendações, e receitas. No mundo biológico todo detalhe é importante. Se tiver dificuldade para identificar uma espécie, entre em contato comigo ou algum especialista que conheça (eu não sou capaz de reconhecer qualquer coisa, claro, mas posso indicar alguém que talvez possa resolver seu problema).

3 comentários:

  1. Ela arde como o agrião ou é mais suave que ele?

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  2. Olá Ludson!

    Ela arde bastante, até mais do que agriões e rúculas.

    Claro que existem as variações individuais e de cultivo também: O agrião e rúcula de alguns produtores arde pouco porque não cresce tão saudável (dependente de adubos químicos, por exemplo), e o mesmo deve acontecer com a capuchinha, se for cultivada em um sistema convencional, ainda mais se esse cultivo se alonga por várias gerações. Mas por enquanto eu não conheço capuchinhas a venda em supermercados, nem cultivadas em hortas normais. Os cultivos que conheço são orgânicos e de hortas de medicinais, então faz sentido que tenham uma ardência boa. Agriões e rúculas nas mesmas situações ardem bem mais do que os facilmente encontrados em supermercados.

    Espero ter ajudado, embora com uma resposta longa para uma pergunta simples! :)

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  3. Olá Felipe,

    AMEI seu blog, muito bom, vim procurar "Capuchinha" mas vou voltar e ler tudinho com calma...sou outra maluca-beleza e amante da Natureza como tu, por isso vou seguir...
    Abçs e Sucesso!
    Fique na PAZ, LUZ e ALEGRIAS dos Santos Seres
    Gení
    magiadailha.blogspot.com

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